sábado, 9 de abril de 2016

O Cristão na Pós - Modernidade



´´Um simples cristão com a Bíblia na mão pode dizer que a maioria está errada``
(Francis Schaeffer)

Nossa geração enfrenta uma crise que tem afetado toda a vida, seja nas áreas da psicologia, antropologia, sociologia, filosofia ou teologia, questões que no passado eram definidas, retornam nesta era como grandes desafios para sociedade. As questões que envolvem a homossexualidade, aborto, eutanásia, racismo, pobreza, religiosidade entre outras, voltaram para um estado de indefinição. No entanto, é bom ressaltar que estas questões perturbam não apenas a da igreja, mas toda a sociedade.

Este estado de indefinição não é uma questão que afeta apenas a igreja, mas toda a sociedade, porém vivemos um momento em que de um lado está a sociedade que acredita que suas dúvidas são legítimas e para as quais não existem resposta. A sociedade não quer resposta, quer apenas permanecer neste estado de intermitente desafiando toda sorte de absolutos com perguntas para as quais nem ela mesmo não possui respostas. Já do outro lado está a igreja, que acredita possuir todas as respostas e sem nenhuma piedade, humanismo, conhecimento de causa e sabedoria bíblica, se diz pronta para responder qualquer pergunta, inclusive aquelas que ninguém fez. Com isto não quero insinuar que a Bíblia não possua as respostas para o drama humano, mas sim, que a igreja abandonou a Bíblia e tenta responder à sociedade com sofismas.

A era pós-moderna conduziu-nos, sociedade e igreja a um estado de indefinição quanto à questões elementares da vida. A crise de valores não é um problema exclusivo da religião, em especial do cristianismo, é uma crise da humanidade. Esta indefinição ideológica é com certeza uma das marcas do pós-modernismo. E o que é a pós-modernidade? A pós-modernidade é determinada pelo fim da verdade absoluta, nem a filosofia e religião, nem mesmo a ciência podem ser consideradas fontes de verdade absoluta. O pós-modernismo rejeita toda forma de verdade absoluta, criando um mundo relativo, onde a verdade é individual, sendo que o que é verdade para um, pode não ser para outro, e vice-e-versa.

O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere usar o termo "hipermodernidade", e alega que alguns dos efeitos da mesma na sociedade são individualismo, consumismo, problemas éticos e o hedonismo.

Os efeitos da pós-modernidade também podem ser sentidos na igreja. E aqui não estamos falando de igrejas liberais e espiritualmente adormecidas, mesmo nos redutos conservadores seus efeitos podem ser sentidos. É importante ressaltar também que o pensamento pós-moderno não está institucionalizado, como se fosse apenas uma norma de conduta das instituições governamentais e privadas, mas é acima de tudo o pensamento do indivíduo, que em busca de liberdade, faz a opção por privatizar a verdade para usá-la conforme lhe for mais conveniente.

Um dos efeitos mais catastróficos da pós-modernidade na igreja está relacionado com a autoridade das Escrituras Sagradas. Nos movimentos neo-pentecostais, e em boa parte dos pentecostais, a autoridade do líder tem a mesma ou até mais autoridade que a Bíblia. Evidentemente que é tudo muito subjetivo, eles não dizem que é assim, mas ao serem questionados sobre certas doutrinas e ensinamentos, dizem, por exemplo, que se trata de uma revelação espiritual. Associado ao problema na negativa da autoridade da Bíblia, acham-se no direito de interpretarem as Escrituras Sagradas segundo os seus padrões, esquecendo que a Escritura interpreta-se a si mesma. E com isto re-interpretam posições teológicas e e assumem um behaviorismo, segundo os seus critérios. É por isso que hoje quando um pastor divorciado é questionado sobre o divórcio, ele terá sua própria interpretação que justifica a sua situação. E assim se repete com todos os outros casos, tais como homossexualidade, aborto, eutanásia, racismo, pobreza, religiosidade e outros. Quando confrontados com a palavra, sempre apresentarão suas razões recheadas de erros teológicos e de uma espiritualidade vazia. Sobre a qual o apostolo Paulo disse a Timóteo: "Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade [...]" (2 Tm 2:4).
Estamos vivendo uma época da história da humanidade de profunda mudança em todos os segmentos da sociedade. Paira sobre nossa geração uma nova visão de encarar a realidade e de celebrar a vida. E essas mudanças ocorridas de forma rápida e transacional em nossa sociedade é denominada “Pós-Modernidade”.

O nosso objetivo, neste artigo, é entender este momento histórico-social. Não temos aqui a pretensão de penetrar nas raias da especulação sociológica e filosófica, mas sim mostrar suas implicações de mudanças que permeiam o mundo e conseqüentemente a Igreja de Cristo.

Francis Schaeffer (1997, p. 5), em seu livro “A Morte da Razão”, nos diz que:

    Cada geração defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Para que consigamos comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração.

Devemos compreender o que ensina a Pós-Modernidade para poder combater aquilo que é excêntrico às Escrituras e ao mesmo tempo comunicar a Palavra de Deus de forma eficiente para essa geração. Como bem disse Stanley Grenz (1997, p.28), nós não fomos chamados para ministrar a uma época remota, mas para os dias de hoje, cujo contexto acha-se sob a influência da Pós-Modernidade.

Fontes: http://www.ib7.org/_novo/artigos/lideranca/a-igreja-crista-e-os-desafios-da-pos-modernidade
http://www.cbn.org.br/artigos-e-devocionais/103-o-desafio-da-pos-modernidade.html
Francis Schaeffer (1997, p. 5), em seu livro “A Morte da Razão”.

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